Cerca de 300 FAMÍLIAS DO Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra
(MST) estão desde o dia 18 de junho, ou seja há 21 dias, morando
debaixo de lona, no meio da rua, em frente à Igreja Católica CRISTO
TRABALHADOR, no Centro de Cáceres, após serem expulsas de uma área,
sob força policial.
Há, entre elas, homens, mulheres, muitas crianças e idosos.
A maioria das famílias é da Grande Cáceres e viviam como lavradores em
terras alheias.
No dia do despejo, a PM cercou o acampamento e deu apenas 30 minutos
para as famílias “darem o fora”, como conta Beth, uma das lideranças
do MST. Uma idosa de 84 anos, na correria, caiu e quebrou a perna,
tendo que ficar cinco dias na UTI.
Desde a data do despejo, os militantes sem-terra já ocuparam a
prefeitura de Cáceres três vezes e cobram uma postura das autoridades
públicas.
Hoje pela manhã, se reuniram com representantes do Comando Geral da
PM, Incra, direitos humanos e padres da Igreja Cristo Trabalhador, que
estão apoiando a causa. Nada feito.
OUTRA REUNIÃO ESTÁ marcada para hoje ainda às 17h, com o mesmo grupo.
Beth pede a cobertura da imprensa, para dar visibilidade ao problema,
antes que aconteça algum caso de violência.
“Estamos em situação humilhante”, lamenta a sem-terra.
O MST tem hoje a postura de aliar sua luta camponesa às lutas urbanas,
acreditando que a reforma agrária e as outras bandeiras sociais vão
acontecer com a força do povo unido.