O Grupo de Trabalho Política de Classe para Questões Étnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual da Adufmat-Ssind (GTPCEGDS), o ANDES-Sindicato Nacional – VPR Pantanal, a Associação Brasileira de Estudos de Homocultura, o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, o Coletivo Tesouras do Cerrado e a ONG Livremente convidam todas e todos os interessados para o evento “Amor entre Elas: Existimos e Resistimos”, que será realizado nos dias 29 e 30/08/19, próxima quinta e sexta-feira, para celebrar o mês da visibilidade lésbica.
Durantes dois dias, militantes, pesquisadoras e demais presentes debaterão temas de interesse da população lésbica, desde a saúde até a participação nos espaços políticos. O evento será encerrado com um Sarau no final da tarde da sexta-feira, 30/08.
“Nós vivemos uma conjuntura de enfrentamento a um governo de características fascistas, que coloca a Educação, abertamente, como inimiga. Quem tem dado base a esse governo são homens brancos, patriarcais, que buscam exacerbar esse poder, tanto econômico quanto simbólico. Nesse sentido, nós mulheres lésbicas somos grandes inimigas do governo, assim como outras minorias políticas. Então, se a gente quer um sindicato capaz de fazer enfrentamento a esse governo, é preciso construir um sindicato como instrumento de luta, que atraia para dentro de si as minorias capazes de fazer isso. Na medida em que a gente cria um evento para debater a visibilidade lésbica dentro de uma discussão classista, a gente abre o diálogo da Adufmat-Ssind com outros segmentos e minorias, capilarizando a prática política do sindicato em setores que, até então, não tínhamos construído. É de fundamental importância a construção desse dia, aprofundando a radicalidade da crítica no movimento lésbico, e ao mesmo tempo trazendo a demanda, as pautas do movimento lésbico como uma pauta também do movimento classista e da Adufmat-Ssind. É na conjunção dessas demandas, dessas pautas políticas, que a gente vai conseguir construir, na unidade da prática, um movimento capaz de derrubar o governo e construir outra sociedade”, explica a professora Lélica Lacerda, diretora da Adufmat-Ssind e membro do GTPCEGDS.
Vale destacar que, a reboque do crescente repúdio ao que se refere aos direitos humanos, aumento do discurso de ódio e preconceito, que levaram a eleição de Bolsonaro no final de 2018 – discursos que o acompanham diariamente -, o número de registros de assassinato de mulheres lésbicas aumentou 150% entre 2014 e 2017. A informação resultado do projeto de pesquisa “Lesbocídio – As histórias que ninguém conta”, vinculado ao Núcleo de Inclusão Social (NIS) e ao Nós: dissidências feministas, ambos projetos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Todas as atividades dessa quinta e sexta-feira serão abertas, gratuitas e sem necessidade de inscrição prévia.