Data foi criada pela ONU para debater as desigualdades enfrentadas pelas meninas em todo o mundo; veja também a repercussão do dia entre personalidades nacionais e internacionais
Neste 11 de outubro é celebrado o Dia Internacional da Menina. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e existe desde 2010. A ideia é colocar em evidência as desigualdade de gênero que afetam meninas em todo o mundo. Neste ano, a ONU utilizou a data para reforçar a necessidade de diminuir a diferença no acesso às tecnologias. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), o acesso de meninos à internet chega a ser quatro vezes maior que o das meninas.
Segundo a organização, essa diferença se reflete em outras áreas, como na empregabilidade, saúde reprodutiva e autonomia corporal. “Os investimentos na diminuição da diferença de gênero digital rendem enormes dividendos para todos”, destacou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, nesta segunda-feira (11/10).
Já a ONG pelos direitos da criança e igualdade para meninas Plan Internacional, usou o dia para lembrar do impacto das fakes news sobre as meninas. Uma pesquisa feita pela ONG apontou que nove a cada dez meninas que participaram da pesquisa já sofreram algum tipo de assédio on-line. Um outro levantamento apontou que 87% das meninas disseram que as fake news afetaram negativamente suas vidas.
A ONG lançou uma petição on-line em que pede aos governos que promovam alfabetização digital para todas as crianças, para que elas saibam diferenciar o que é verdadeiro do que é falso e os impactos de compartilhar algo enganoso.
Desigualdades
A data é celebrada uma semana após o governo federal vetar um projeto de lei que previa a distribuição gratuita de absorventes para meninas de baixa renda. Dezenas de organizações emitiram um ofício contra a medida.
De acordo com o levantamento nacional, coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma em cada quatro jovens já faltou à aula por não poder comprar absorvente.
Já a pesquisa Por ser menina no Brasil: crescendo entre direitos e violências mostrou que a desigualdade de gênero começa na infância. No levantamento, 81,4% das meninas relataram que arrumam a própria cama, enquanto só 11,6% dos irmãos meninos fazem. 76,8% das meninas lavam a louça e 65,6% limpam a casa, enquanto apenas 12,5% dos meninos lavam a louça e 11,4% limpam a casa.
Ações pelo país
A ONG Plan Internacional Brasil promoveu hoje ocupações em lembrança a data, em São Paulo, no Maranhão, Piauí e Bahia. No movimento, as meninas ocuparam cargos públicos e privados por um dia para mostrar como geralmente elas não são vistas nesses lugares.
No Maranhão, uma menina governou, simbolicamente, o estado nesta segunda. Bia usou o espaço para destacar a importância das políticas públicas para diminuir as desigualdades. “Infelizmente muitas meninas não têm oportunidade de fazer escolha. Hoje, eu como governadora, uma menina preta e periférica, explico a pluralidade entre nós meninas, que nós, meninas de minorias, temos espaços e podemos ser o que quisermos”, disse.
Nas redes sociais
Vários famosos usaram a data para pedir o fim da desigualdade de gênero imposta a meninas de todo o mundo. A hashtag #dayofthegirl foi usada. Pelo Twitter, a skatista e medalhista olímpica Rayssa Leal lembrou do significado da data. “Então adultos, nos ajudem a crescer em um mundo consciente, com igualdade e com muito amor!”, escreveu a atleta de 13 anos.
CorreioBraziliense